quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Ela gosta domingo e de costas

Minha alma é errada. Nasci para satisfazer. É disso que sei, é minha certeza, é o que tateio. Não sou hipócrita, frígida, sei das minhas convicções, sei o que é certo para mim e minha verdade é absoluta. Ele é, de longe, o tipo de homem que me atrai. Mas ele me cativa, talvez pelo jeito das suas mãos... Elas estavam tão tímidas nos meus joelhos, enquanto dirigia o carro para algum lugar que me fosse o bastante. Tinha uma escada de madeira, era acolhedor com um sofá preto bem na entrada, objetivo mas charmoso. A cara dele. E fui invadindo o espaço, já de pés descalços e o jeito que me olhava atrevida, esboçando um sorriso malicioso... Ah, como me queria. Pediu que me sentasse de costas para ele. Talvez por algum sentimento de culpa, não sei. Penso que não poderia me desejar mais do que poderia. Jamais deseje uma ninfa, deveria ser o mantra que tanto lhe passava pela mente. Tirou-me o vestido, a lingerie, mas não me olhou nos olhos em momento algum. Suas mãos eram curiosas e adolescentes, meu sorriso era duvidoso e intrigante. Eu estava à merce dele, das suas vontades e como me queria. Eu estava lá para obedecer. Pôs-me de joelhos e, por trás, me penetrou, liberando um suspiro doloroso e agarrou-me nos ombros e não disse nada. Foi delicioso, prático e gentil. Senti sua respiração ofegar, chegou a me elogiar sussurrando e parece que quis castigar-se por isso e me bateu. Tão logo atingiu seu clímax e liberou gemidos arfados e saiu de mim sem dó. Deitei ao seu lado, como se quisesse confortar. Me sorriu, penoso. Me abraçou, acariciou os cabelos e chegou a sorrir. Não deveria soar tão sofredor. Entretanto, as despedidas são assim. E as culpas, também.

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Silencioso

Com o celular na mão, abri o redator para digitar algo que o chamasse a atenção. Eu poderia dizer que queria vê-lo, que sinto sua falta, que sinto falta do seu cheiro... Tudo isso soaria tão patético. Eu preciso chamar sua atenção para algo importante. Fechei os olhos e me acomodei na cama, tão espaçosa e quente. Eu estava só de toalha. O calor do meu corpo e o calor do ambiente pedia um banho rápido e mal tirei o excesso de água. Fiquei na cama de toalha, sentindo o vento do ventilador soprando e atiçando em mim um desejo "eu adoraria suas mãos em mim", pensei. E minha língua, sempre inquieta, umedeceu meus lábios e eu sorri. Só de pensar no seu nome, na sua pele ardente, seu corpo perto de mim, me dá sensação de dominação e eu derreto inteira com isso. É tão intenso... Meus seios sensíveis e pequenos na palma da mão reagem do jeito que você gostaria e até consigo sentir sua língua quente neles. Parece tão real, parece que você está aqui e eu suspiro, gemendo contido, minhas coxas roçam uma na outra e me sinto molhada. Muito. Extremamente molhada e quente. Sinto o toque e me arrepio toda. É gostoso, é excitante, é devastador. Me toma, eu sou sua. Me assusto com o celular vibrando na minha mão: É ele. Atendo, com a voz entrecortada, como se tivesse flagrado alguma coisa e, por certo, foi o que aconteceu. Minha voz é manhosa e maliciosa. Logo me pergunta o que estava fazendo e sou um sorriso inocente, tento desconversar. Ele está aqui no portão. E me avisou: Tenho dois lenços pretos. Te quero cega e quieta.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Ana, Ávida

Fazia tempo que não escrevia sem que seja para um destinatário. Escrevo pra lembrar, porque minha memória é detalhista demais e eu me perco nos detalhes. Preciso focar no que tenho pra digitar aqui. Sem precisar de um assunto específico, daqueles que ando rindo quando tenho emails. Eu não pude negar o seus galanteios de domingos a noite. Inclusive, sinto falta quando não os tenho. E não me fiz de rogada, eu tinha que vê-lo. E ao seu primeiro cumprimento, não pude deixar de externar minha vontade de submissa em tê-lo perto, tocá-lo e tê-lo em silêncio, pois seu sarcasmo requereria muito da minha inteligencia e eu não ousaria perder meu tempo. Já estava me sentindo culpada desde outrora e quis aumentar minha culpa, castigando-me por ser tão calculável, tão milimetricamente maldosa sobre minhas ações. Não tenho sido uma boa menina. Mereço, mesmo, umas boas palmadas. Mas meu desejo, aquele âmago desejo, não fora atendido e eu tive pressa de ser dominada. Não me demorei no banho, não quis tirar o meu cheiro e não o fiz esperar. Peguei a primeira blusa azul, com alças finas que estava jogada na cama e uma saia. Saí descalça, com as chaves de casa, o celular e sem calcinha. Entrei no carro e dei boa noite. O banco de couro estava frio por causa do ar-condicionado e eu suspirei tentando me controlar. Eu já estava quente do banho, da cama, da minha natureza. Dei um riso no canto da boca e conversamos por uns trinta segundos, enquanto ele dirigia seu esportivo preto. Logo repara que estou descalça. Eu sorrio, timidamente, mordo o lábio inferior tentando parecer natural e me justificar. Sou uma moleca, respondi-lhe. Esqueci o calçado, o recato e até a calcinha. Ele, com as mãos no volante, me olhou sério. Achei que voltaria para minha casa no mesmo minuto e me faria compor. Diminuiu a velocidade do carro, desce a mão até o meu banco e segura minha coxa. Sua respiração muda, sua mão é suave e eu rubro com minha vontade. Estou tão quente que consigo sentir, por todo meu corpo. Ele sobe sua mão até me sentir escorrer e avança dirigindo. E sua mão avança pra dentro de mim, com seus dedos que deslizam me fazendo respirar delirante, encostando a cabeça no banco do carro, com as pernas rígidas, querendo acompanhar sua mão e seu pé pesado no acelerador nos destina a algum lugar. Estou embriagada com o cheiro do seu perfume que está por todo o carro, mas temos que sair dele. Subo as escadas contigo atrás de mim, esperando por um vacilo e que dê pra ver qualquer lance da minha nudez menina, cálida. Não demora e me beija apressado, ansioso e logo estamos na cama. Desnuda da blusa e do sutiã, fico apenas com a saia num fetiche secreto que logo percebi. Somos tão íntimos, sem pudores, o ritmo parece ensaiado, parece uma competição. Meu desejo emite sons que saem de mim e isso o excita a ponto de palmar sua mão, que antes me afagava, e isso me faz corar. Estou por cima, dominante. Meus cabelos cobrem o rosto e ele os joga para trás, quer minha boca e olhos negros visíveis. Seu fetiche é intenso, seu desejo de ter meu corpo o entorpece e isso me agrada. Não costumo ser dominadora. Sou submissa, em tudo. Ele nota meu cansaço e me toma, sinto seu peso me esmagando sem dó e me penetra duro, e ele sussurra com a testa encostada na minha e os lábios praticamente tocando os meus "és minha submissa, Ana" e eu não me demoro a derreter com sua honestidade e desejo. Sou sua escrava. Ordene, senhor. Até consegui pensar nisso enquanto fodia-me arduamente. Tão logo me pôs de bruços, afastou o cabelo curto do meu rosto e não demorou a pedir que eu gozasse. "Goze comigo, querida" e não tive dificuldades. Sou uma serva obediente. Rápido ele saiu de dentro de mim, sem nenhum carinho ou cuidado e embebedou-me com seu líquido doce. Estava realmente doce. Ele levantou, tirando forças não sei de onde e falou: comi chocolate antes de te encontrar.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

Não, mas obrigada.

Sabe quando você dispensa uma amizade? É doloroso, você passa por má pessoa, todos tendem a julgar. Tudo bem, não dá pra agradar a todo mundo. Eu gosto dos meus julgamentos, sigo uma tendência a ser maleável com as atitudes alheias, mas convenhamos... Ser amigo requer confiança, honestidade, amor e cumplicidade. Ser amigo é difícil. Não é pra qualquer um. Então não, mas obrigada.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Sintomas

Fui diagnosticada com uma coisa chamada: saudade. Os sintomas são os piores, não consigo nem identificar; Tem algo com ansiedade, embrulho no estômago, felicidade e desespero, tem algo de aconchego, tem um nervosismo, tem um encanto, tem um pouco de amor, de meloso, de medo, de ternura... Meu Deus, tem um pouco de tudo. Saudade é muito paradóxo.
E eu que estava calculando as horas, se tinha feito muito tempo que tinha falado com você. Se já tinha dado tempo de ter sentido tudo isso e se já dava pra ouvir sua voz mais uma vez. E eu que ficava tentando dormir, tentando passar o tempo na mágica só porque tinha a chance de te ver... Céus, eu estou em estado terminal. Minha doença é grave, não vou aguentar tanto tempo se continuar assim.
Providencie as tardes juntos, tragam lençóis limpos, deixem as janelas abertas, deixem ela respirar, consigam noites de amor, tragam - em caráter de urgência - paixão, tempo e silêncio. Não aguento mais esperar. E cada procedimento feito, é um passo dado, é um dedo de medo, é uma dose de doçura e afeto e amor e silêncio. Silêncio. Shiiiu. Silêncio. Com muito cuidado, maneje calma, ternura, paciência, calma, bisturi, paciência, paciência e amor. Pronto. Fim da noite.
E amanhã, já tem tudo isso agendado para a tarde inteira.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

E se eu me...

E se eu me apaixonar por você?
Até os Beatles se perguntaram isso.
Se eu me apaixonar por você, prometeria ser verdadeiro e me ajudaria a entender? Porque eu já me apaixonei antes e descobri que o amor era mais que só mãos dadas.Se eu der meu coração pra você, tenho que ter certeza, desde o início, de que você me amaria mais que ela. Se eu confiar em você, oh, por favor (!), não corra e se esconda.
Se eu te amar também, por favor (!), não fira meu orgulho, como ela. Porque eu não aguentaria esta dor e eu ficaria triste se nosso novo amor fosse em vão.
Então eu espero que você veja que eu amaria te amar. Ela vai chorar quando aprender que nós somos dois. Se eu me apaixonar por você.
Nada me deixaria mais triste se nosso novo amor fosse em vão. Sei que não acreditaria mais em amor nenhum, se nosso novo amor for em vão. E tudo isso se eu me apaixonar por você.
Se.